A União Europeia está a desenvolver secretamente um dispositivo para poder parar os carros remotamente. Este dispositivo será colocado em todos os carros à venda no mercado único e permitirá à polícia desligar os carros remotamente e fazer com que estes parem.
A informação que veio a público e foi publicada pelo The Telegraph mostra que numa cimeira recente, os chefes de polícia dos países da União europeia estiveram a discutir este assunto. E porque? Porque as perseguições policiais são perigosas de mais e colocam em risco os transeuntes e muitas vezes causam elevados danos materiais. O nome do plano, discutido secretamente é “remote stopping vehicles” e faz parte de um conjunto alargado de medidas para aumentar a vigilancia e segurança.
Até certo ponto, dependendo do ponto de vista, poderá parecer uma boa ideia. Serviria por exemplo para travar a tempo a fuga de ladrões de um banco, ou parar o carro de condutores que sigam em infração ou sobre o efeito de estupefacientes. No entanto isto trazer inúmeros problemas e colocar em causa a liberdade das pessoas.
O programa assentaria numa solução tecnológica que poderia ser instalada em todos os carros à venda no mercado Europeu. Este dispositivo poderia ser instalado em todos os carros novos no final da década. A activação seria feita por um polícia num centro de controlo central.
Uma vez activado, o dispositivo cortaria a entrada do combustível para o motor, acabando por desligar o motor. A tecnologia ainda estará em desenvolvimento por mais cerca de 6 anos, com o objectivo de poder terminar ou reduzir as perseguições policiais, deixando ainda de se usar as técnicas actuais, como furar pneus.
No entanto, a Statewatch, uma organização sem fins lucrativos criada em 1991 e que monitoriza os direitos civis na União Europeia já veio levantar algumas questões. A organização compreende os perigos das perseguições, mas exige saber se este é realmente um problema grande à escala da União Europeia, que exija este tipo de medidas.
A tecnologia pode ainda colocar em risco todos os utilizadores das estradas. Existem riscos de parar abruptamente um carro que circula a alta velocidade. Será isso uma boa ideia?
A tecnologia pode ainda colocar em risco todos os utilizadores das estradas. Existem riscos de parar abruptamente um carro que circula a alta velocidade. Será isso uma boa ideia?
Mas existem ainda mais problemas. O Sistema será baseado em electrónica e computadores. E se a tecnologia for hackeada? E se depois de dominada pelo “imperio do mal” a tecnologia for usada para cometer crimes e fugir mais facilmente?
Hoje em dia, a electrónica protegida das centralinas e o software que geres os automóveis não tem segredos e mesmo quando são introduzidas novas centralinas no mercado, com novos dispositivos de segurança, passado pouco tempo é possível intervir sem problemas para alterar esse software.
Os dispositivos poderão ainda no caso de avaria, impedir que os veículos se possam movimentar, o que traria custos de manutenção elevados e que provavelmente não justificariam o investimento.
Evidentemente que o objectivo mais nobre desta nova tecnologia é evitar procedimentos policiais que levam a perseguições e outras manobras para capturar o infractor. Mas sobre os impactos e problemas de segurança e liberdade que isto poderá ter, a União Europeia ainda não se pronunciou.
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